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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Recife e Suas Divisões - RPAs

     Região pode ser qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de determinadas características, um recorte temático do espaço que podem ser delimitadas em diversas escalas de acordo com as necessidades do estudo. As divisões e a administração territorial difere, de fato, de país para país, região para região, ou mesmo território como alguns chamam, concretizando-se segundo políticas próprias e tendo em conta particularidades geográficas, étnicas, históricas, econômicas, sociais, entre outras. Por exemplo no Brasil temos a divisão em regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste,Sudeste e Sul.



Seguindo esta ordem, podem perceber a divisão do país, em estados, estes em cidades, e cidades em bairros, e assim sucessivamente.

Não muito diferente das demais cidades brasileiras, o Recife está dividido em seis Regiões Político-Administrativas as chamadas RPAs, que são: RPA 1 – Centro, 2- Norte,     3 – Noroeste, 4 – Oeste, 5 – Sudoeste e 6 – Sul. Cada RPA é subdividida em três Microrregiões que reúnem um ou mais dos seus 94 bairros – (Lei Municipal nº 16.293 de 22.01.1997).



     As RPAs foram definidas para formulação, execução e avaliação permanente das políticas e do planejamento governamentais. Essas regiões ainda são dividas em Microrregiões, que  visa à definição das intervenções municipais em nível local com mais articulação da prefeitura com a população. E os bairros foram estabelecidos pelo Decreto Municipal 14.452, de 26 de outubro de 1988, para subsidiar o levantamento de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Sistema de Informações e Planejamento do Recife. 





http://www2.recife.pe.gov.br/a-cidade/perfil-dos-bairros/

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Recife - Um Pouco de Sua História

Iniciando-se aproximadamente em 1534 em paralelo com as capitanias hereditárias, a cidade começou a ser utilizada como porto para carregar a produção local e escoar produtos da capitania. Seu nome surgiu devido ao grande número de arrecifes(uma formação rochosa próximo a costa) no litoral da região. Em 1630, os holandeses desembarcaram na Capitania de Pernambuco, em uma praia hoje conhecida como Pau Amarelo, vieram caminhando pelas margens do mar até Olinda e em seguida até a Ilha de Antonio Vaz, onde atualmente encontra-se os bairros de Santo Antônio e São José. Sete anos depois o conde Maurício de Nassau assumiu o governo e evoluiu a cidade. Planejou e traçou ruas, construiu fortificações, pontes, trouxe arquitetos, engenheiros e paisagistas da Europa a fim de melhorar a aparência da cidade. Pode-se observar a arquitetura desse povo pelas construções ainda presentes na cidade.  


Recife colônia, pelo pintor holandês Frans Post


Desenho de Frans Post, vista da ponte ligando Recife a cidade Maurícia


      Sobre as mudanças no Recife, até então um mero povoado, o historiador Robert C. Smith afirmou que Nassau construiu a “primeira cidade digna deste nome na América portuguesa”, enquanto “em todo o resto do Brasil foi preciso esperar o fim do século XVIII e a vinda da corte portuguesa para que se fizessem coisas deste gênero”. Olinda era a sede da Capitania de Pernambuco até então, mas foi incendiada pelos holandeses em 1631, devido a sua localização estratégica. Seguindo o pensamento holandês sobre fortificações, Olinda tinha um formato de difícil defesa, sendo assim transferida para Recife.


Cerco de Olinda 1630

    Em 1654, período em que os holandeses foram expulsos de Recife, a cidade já era um entreposto comercial então os senhores de engenho se mudaram para Olinda. Com a rivalidade das cidades que se iniciou quando Olinda era capital de Pernambuco e quando os holandeses preferiram Recife à capital, originou posteriormente a Guerra dos Mascates(1710-1711). É notório o crescimento do Recife na primeira metade do século XVIII. Em 1711, estimava-se cerca de 16 mil pessoas morando no Recife, já em 1745, a população se aproximava dos 25 mil habitantes. Não é por acaso esse crescimento. O porto mantinha sua importância e o comércio prosperava. Muitos dos portugueses vindos para o Brasil, estabeleceram-se nas terras recifenses, substituindo os holandeses no financiamento da produção do açúcar e no tráfico de escravos, a cidade já era um pólo comercial e cultural de toda a região Nordeste e logo se tornou um centro distribuidor. 

      Na segunda metade do século XVIII, descobriu-se um outro Capibaribe, aquele dos deliciosos banhos, banhos inclusive com "poderes medicinais". Assim, novas áreas de ocupação atraíram a população do Recife: as margens do Capibaribe que, com o seu parceiro, o Beberibe, tantos benefícios ofereciam e, atualmente, se apresentam tão maltratados. Não havia ainda o hábito de ir para as praias e tomar banho de mar. Nas praias, próximas aos sobrados, despejavam-se o lixo das casas e até mesmo animais e escravos mortos. O rio tinha grande poder de atração. Além dos banhos, por ele se faziam mudanças, se passeava de canoa ou de botes, aconteciam as românticas serenatas, costumes que se consolidam no século XIX. Segundo Gilberto Freyre: "Muita casa-grande de sítio, muito sobrado de azulejo, no Recife todo casario ilustre da Madalena - que hoje dá as costas para o rio - foi edificado com a frente para a água". O Recife ganhou outros contornos que se iam definindo, criando arrabaldes que se constituem em alternativas, para quem estava exausto dos burburinhos do urbano. Evaldo Cabral de Mello registra que "o aparecimento dos subúrbios ao longo do Capibaribe não se fez de maneira geograficamente contínua, mas ganglionar". Acrescenta ainda que "a dispersão com que surgem os subúrbios parece estar ligada à disposição dos proprietários dos antigos engenhos de se desfazerem de suas terras". O crescimento territorial do Recife tinha, então, uma relação direta com as dificuldades passadas pelos senhores de engenho, obrigados a alugar partes de suas terras. Além da fundação do arraial do Poço da Panela em 1758 e da construção da capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde, depois de 1772, surgiria também a povoação do Caxangá, juntamente com a Várzea, outro marco da expansão do Recife. Sítios e chácaras indicavam novas áreas para descanso e lazer, mudanças nos hábitos, distanciamento do porto.
                     
                                                                                                             Bairro do Recife, século XIX.FONTE: URB/ Recife

    A primeira metade do século XIX, no Nordeste, é a época da Insurreição Pernambucana (1817), da Confederação do Equador (1824) e da Insurreição Praieira (1848). Escutava-se pelas ruas palavras de ordem do Iluminismo, as chamadas “ideias francesas”, tais como República e Constituição. Louvava-se a liberdade que, tal como hoje em dia, tinha múltiplos significados. Mas, e as mulheres? E as alcovas? Será que aquelas ideias ficaram apenas no terreno da política? Embora não tenha havido nenhuma revolução sexual paralela às chamadas “revoluções liberais”, muita coisa também mudaria nos costumes íntimos das cidades brasileiras e Recife não seria diferente. A população livre na região central praticamente dobrou entre a Independência e 1850, principalmente devido à vinda de gente do interior imediato, área de engenhos decadentes, sendo esmagados pela cidade. Muitos desses novos habitantes eram mulheres livres e libertas. Em um longo período se tornaram a maioria na cidade e essa dinâmica da vida urbana atraía a população feminina, pois a cidade era percebida como o lugar da liberdade e do progresso. Lá havia mais oportunidades de trabalho e de vivências mais significativas do que na Zona da Mata submetida às duras regras não escritas do patriarcado rural.


Vista Aérea
    Recife foi impulsionado por grandes indústrias que se instalaram em seus pólos se tornando a maior atividade da cidade.  As dimensões que teve o modernismo nas artes, a agitação cultural do final do século XIX e o início do século XX, a encantadora Belle Époque, mostram a busca de novas linguagens para traduzir as rápidas mudanças trazidas por novas técnicas. Os tempos modernos ampliaram a diversidade, os projetos de dominação da natureza, as sutilezas que envolvem as relações de poder, as tramas sociais e políticas. No início do século XX, a figura de Saturnino de Brito surge com força, para a "higienização" da cidade, momento marcante para formação da atual estrutura urbana do Recife. As palavras de ordem eram: "urbanizar, civilizar e modernizar". No início dos anos 30, o desencontro entre o sonho e a realidade dividia a paisagem recifense. A cidade crescia, mas não tinha estrutura para acolher devidamente seus habitantes. Nas áreas ribeirinhas surgiam os chamados mocambos. Essa realidade contrastava com o Recife "dos sonhos", do mais bem equipado porto do país, da indústria em crescimento, dos cafés e restaurantes, dos teatros e cinemas luxuosos, das grandes mansões, de lugares aprazíveis como o bairro do Derby ou a praia de Boa Viagem. Os governos mudavam, mas modernizar continuava sendo uma das palavras de ordem. O capitalismo ampliava seus espaços de controle e a cidade era um deles.. O Recife recebia um expressivo contingente populacional vindo da zona rural, sonhando em melhorar de vida. É interessante assinalar que, em 1940, a população da cidade era de 348,4 mil pessoas, aumentando para 524,7 mil habitantes em 1950
    Capital do estado de Pernambuco, a cidade do Recife é muito famosa por suas igrejas, seus rios e pontes que marcam muito a paisagem, também pela bela praia de Boa Viagem. De clima tropical quente e úmido, a média da temperatura local está em 25,2º C.Atualmente sua população de 1.430.905 de habitantes. O Recife está hoje entre as três maiores aglomerações urbanas da região nordeste e 5º maior metrópole do Brasil. Sua cultura é baseada na mistura da Europa, da cultura indígena e negra que trouxe um patrimônio rico e diversificado à cidade.Um marco de Recife é o carnaval da cidade marcado pelo Frevo e o Maracatu que invade as ruas da cidade com foliões fantasiados e com um típico desfile de carros antigos. Hoje, o Recife luta contra as desigualdades sociais, assim como grande parte das cidades brasileiras. O desenvolvimento econômico se deu a partir do setor terciário, em grande parte devido a exportação do açúcar. Atualmente, destacam-se as atividades comerciais e os serviços, que representam mais de 90% de todo o valor da riqueza gerada na cidade. Entre os principais estabelecimentos constam aeroporto internacional, universidade federal,shoppings, grandes supermercados, serviços médicos, de informática, engenharia, consultoria empresarial, atividades ligadas ao turismo, ensino e pesquisa. Recife tem o segundo maior pólo médico do país e também é uma das cidades mais visitadas no nordeste, por turistas de todo o mundo. 
Vista aérea de Recife



Referencias:
http://www.recife.pe.gov.br
http://basilio.fundaj.gov.br/
DEL PRIORE, Mary.História das mulheres no Brasil. São Paulo: UNESP/ Contexto, 1997

O Momento de Começar!

   Tenho como objetivo, passar um pouco de minha visão e conhecimento sobre a cidade de Recife, explicando em palavras simples desde o surgimento até os dias atuais.Sou natural da cidade de Olinda, mas moro em Recife, praticamente desde que nasci. Atualmente graduando do curso  Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Pernambuco, pretendo mostrar muito mais do que percebemos normalmente, mostrar o que os "olhos não veêm" facilmente. Como ciclista assíduo desde meus 16 anos, conheço muitos lugares dos quais muitas pessoas não conhecem ou mesmo nem imaginam existir. Entrarei também na história dos Bairros do Recife, e o principal desafio, será fazer tudo isso na minha Bicicleta.

Fonte: Própria